COMO FUNCIONA O SATÉLITE SINO-BRASILEIRO CBERS?

O satélite sino-brasileiro (China-Brazil Earth Resources Satellite) nasceu de uma parceria entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial. A partir disso, o Brasil ingressou no grupo de países detentores da tecnologia de geração de dados primários de sensoriamento remoto.

Ele trouxe significativos avanços científicos ao Brasil. Grande parte das instituições ligadas ao meio ambiente e recursos naturais são usuárias das imagens do CBERS, como o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo e em diversas outras aplicações.

A parceria entre os dois países iniciou em 1988, sendo o CBERS-1 lançado em 1999 a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Tayuan, na China. Quatro anos depois iniciou a operação do CBERS-2.

Os satélites da série CBERS possuem em seu conjunto diversos sensores ou instrumentos. Os CBERS-1, 2 e 2B possuíam em comum os sensores WFI (Câmera de Amplo Campo de Visada), a Câmera Imageadora de Alta Resolução (CCD); o Imageador por Varredura de Média Resolução (IRMSS) e a Câmera Pancromática de Alta Resolução (HRC). 

Nos imageadores mais recentes, como o CBERS-3 e 4,  alguns sensores em comum incluem a Câmera Pancromática e Multiespectral (PAN), o Imageador Multiespectral e Termal (IRS) e também a MUX (Câmera Multiespectral Regular) e a WFI. As duas últimas também estão disponíveis no CBERS 04A, que trouxe como novidade a Câmera Multiespectrais e Pancromática de Ampla Varredura (WPM).

No dia 20 de dezembro de 2019, lançaram o CBERS 04A. Este opera em uma altitude de 630 km e possui melhorias como a câmera WPM, cuja resolução espacial é de 5 e 2 metros. Nesse sentido, o CBERS 04A é o mais recente e de melhor qualidade no que se refere à resolução espacial da imagem. 

Cada um desses sensores tem características próprias que os tornam mais adequados a depender de suas aplicações. As imagens dos satélites CBERS são disponibilizadas gratuitamente no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e podem ser baixadas aqui.

O controle do imageador é compartilhado entre Brasil e China. A cada dez meses, a supervisão de manobras e outras atividades de rotina do satélite passa de um país para outro. Vale ressaltar que o monitoramento de operações é sempre realizado por ambos.

A parceria com a China na área espacial é bastante ampla, incluindo o desenvolvimento conjunto de satélites, a exploração das imagens, o intercâmbio de pesquisadores e estudantes e as parcerias de pesquisas nas áreas de ciência espacial e ionosfera. O INPE abriga o Laboratório Sino-Brasileiro de Clima Espacial, que é fruto dessa cooperação.

O CBERS demonstra que o Brasil está preparado para se envolver no âmbito espacial. A inclusão do Brasil entre os países que participam do desenvolvimento da Estação Espacial Internacional é um grande marco, em grande parte por conta da experiência adquirida através do Programa CBERS.

Referências

INPE, FAQ. CBERS 04A: Lançamento. Disponível em: http://www.cbers.inpe.br/centrais_conteudo/galeria/arquivos/cbers04Afaq.pdf

INPE. Sobre o CBERS. 2018. Disponível em: http://www.cbers.inpe.br/sobre/index.php. 

EMBRAPA. CBERS – China-Brazil Earth Resources Satellite ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres. Disponível em: https://www.embrapa.br/satelites-de-monitoramento/missoes/cbers. 

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Marah Oliveira
Marah Oliveira
3 de novembro de 2021 09:14

Excelente

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Monitoramento por imagens em barragens de rejeitos - GeoInova
9 de fevereiro de 2022 16:56

[…] da importância do monitoramento dessa estrutura, e os avanços em imagens de satélite, tornou-se possível a captação de ondas via satélites, as quais podem detectar se a barragem […]

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