O aterro sanitário é a alternativa correta sob diversos aspectos (ambiental, social, sanitário, entre outros) para a destinação final de resíduos sólidos urbanos. Apesar de ser o local apropriado para o despejo desses resíduos, quando as etapas de um aterro não são bem planejadas e executadas, ele pode vir a causar vários problemas ao meio ambiente, à sociedade e à saúde coletiva.
Um exemplo a ser dado, seria a falta de monitoramento adequado. A falta de monitoramento pode ocasionar diversos contratempos, e dentre um deles seria o de gases gerados dentro de um aterro sanitário não serem bem fiscalizados.
O lançamento desses gases, na atmosfera causa enormes problemas, como o agravamento do efeito estufa. Exemplos não faltam de impactos negativos que um aterro mal projetado, operado e monitorado pode trazer… portanto, iremos esclarecer como funciona o monitoramento adequado de um aterro sanitário.
Os aterros realmente necessitam de monitoramento?
Uma vez em operação, os aterros sanitários devem ser continuamente monitorados. A etapa do monitoramento inicia-se na implantação, quando os materiais que compõem os sistemas devem estar em perfeitas condições de funcionamento e adequados tecnicamente, e termina muitos anos depois de encerradas as atividades de um aterro.
Os aterros sanitários se configuram como um tipo de empreendimento com grandes impactos ambientais potenciais. Nesse sentido, a disposição de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) sem o devido controle pode gerar impactos ambientais e sociais significativos, principalmente em relação à poluição do solo, do ar e de recursos hídricos.
A operação adequada dessas instalações, assim como a adoção de procedimentos de mitigação dos possíveis impactos que podem ser gerados, resultam na minimização desse potencial de comprometimento ambiental. Assim sendo, é indispensável a existência de um programa de monitoramento permanente, e abrangente das diversas instalações que compõem um sistema de disposição de RSU.
Qual a finalidade do monitoramento?
Os objetivos de um programa de monitoramento em um aterro sanitário é: acompanhamento do comportamento geomecânico e do desempenho ambiental do aterro de forma a permitir a identificação de alterações no padrão de comportamento previsto, quando da definição dos critérios e elaboração dos projetos e a proposição de medidas preventivas e corretivas, orientando os trabalhos de conservação e manutenção.
Há dois tipos de monitoramento: o ambiental e o geotécnico.
O monitoramento ambiental objetiva verificar se as obras de drenagem e impermeabilização cumprem com a função de isolar o entorno do aterro dos resíduos e efluentes com potencial poluidor.
O veículo da dispersão dos poluentes é a água. Portanto, excluir a possibilidade do contato das águas de superfície com resíduos sólidos, é a função primordial dos trabalhos de engenharia.
Já o monitoramento geotécnico de aterros sanitários é uma importante ferramenta que
permite a contínua avaliação das condições de segurança deles, além de possibilitar a contínua estimativa da vida útil dos aterros sanitários, já que os RSU são materiais facilmente deformáveis.
No monitoramento ambiental, os seguintes elementos são monitorados:
- Qualidade das águas subterrâneas;
- Qualidade das águas superficiais;
- Qualidade do ar;
- Poluição sonora;
- Líquidos lixiviados;
- Gases.
Já no geotécnico, precisa-se de monitoramento:
- Deslocamentos horizontais e verticais do aterro (recalques);
- Pressões nos líquidos e gases no interior das células de resíduos;
- Inspeções de campo;
- Controle tecnológico de materiais geotécnicos utilizados.
Esse monitoramento deverá continuar, mesmo após o encerramento das atividades do aterro, que continuará a apresentar recalques e a gerar lixiviados e gases, devido às reações bioquímicas do material orgânico que o constituem.