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Fogo e Mineração: O Impacto das Queimadas no Setor

As queimadas têm se tornado um problema cada vez mais sério no Brasil, afetando diretamente diversos setores da economia, incluindo a mineração e a construção. Nos últimos 10 anos, a repetição e a intensidade das queimadas aumentaram consideravelmente. Esses incêndios, muitas vezes provocados pela ação humana, trazem uma série de consequências negativas que afetam não apenas o meio ambiente, mas também a viabilidade e a sustentabilidade de projetos nos setores de mineração e construção. Este artigo mostra como as queimadas afetam esses setores, mostrando dados estatísticos importantes dos últimos anos e discutindo medidas de prevenção que podem ser adotadas.

Dados dos Últimos 10 Anos

O Brasil enfrentou uma escalada no número de queimadas nos últimos 10 anos, com picos significativos nos anos de 2015, 2019 e 2020. Segundo o INPE, em 2015, foram registrados cerca de 235 mil focos de incêndio, enquanto em 2019, esse número saltou para 327 mil, representando um aumento de 39% em relação ao ano anterior. Em 2020, embora o número tenha caído ligeiramente para 226 mil, ele ainda foi superior à média dos anos anteriores, mostrando a persistência do problema.

Esses dados refletem uma tendência preocupante que afeta diretamente o setor de mineração e construção, exigindo uma resposta rápida e eficaz para aliviar os impactos negativos. As regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, onde a mineração e grandes obras de infraestrutura são mais concentradas, são as mais afetadas, aumentando os desafios enfrentados por esses setores.

Consequências para Operação e Segurança

O setor de mineração é especialmente vulnerável aos impactos das queimadas. A fumaça densa e o calor extremo vindos desses incêndios podem afetar a visualização das minas a céu aberto, aumentando o risco de acidentes com maquinário pesado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que, entre 2013 e 2023, o Brasil teve um aumento médio anual de 13% no número de focos de queimadas. Em 2020, o país registrou mais de 220 mil focos, o maior número da década, o que indica a crescente ameaça para as operações de mineração.

Impacto Ambiental e Regulatório

As queimadas causam danos ambientais severos que podem impossibilitar projetos de mineração. Acabando com a vegetação nativa, a estabilidade do solo é comprometida, levando ao aumento do assoreamento de rios e, consequentemente, dificultando o transporte de minérios. O que resulta em custos operacionais mais elevados e maiores desafios no cumprimento de exigências regulatórias. O desmatamento associado às queimadas também pode resultar em sanções ambientais, como multas e suspensão de licenças, atrasando projetos e afetando a rentabilidade das operações.

Efeitos das Queimadas no Setor de Construção

No setor de construção, as queimadas afetam diretamente a saúde e segurança dos trabalhadores. A inalação de fumaça e a exposição prolongada a partículas tóxicas no ar aumentam o risco de doenças respiratórias, o que pode levar a um aumento da necessidade de cuidados médicos. Além disso, o calor extremo gerado pelas queimadas pode causar deformações em materiais de construção, como concreto e aço, comprometendo a integridade estrutural de obras em andamento.

Interrupções e Atrasos nos Projetos

Os cronogramas das construções também são afetados, já que as regiões afetadas frequentemente enfrentam escassez de água, um recurso essencial para processos como a cura do concreto. A falta de água não apenas retarda o andamento das obras, mas também aumenta os custos, uma vez que a água precisa ser transportada de outras regiões. Além disso, áreas devastadas por queimadas podem exigir trabalhos adicionais de recuperação e estabilização do solo antes que qualquer construção possa começar, resultando em atrasos consideráveis e aumento dos custos.

 

Medidas de Prevenção 

Para reduzir as consequências das queimadas, é fundamental que as empresas de mineração e construção implementem práticas rigorosas de gestão ambiental. Isso inclui a manutenção de áreas de vegetação nativa ao redor dos locais de operação, o que pode ajudar a prevenir a propagação de incêndios. A criação de aceiros – faixas de terra sem vegetação que impedem a propagação do fogo.

Monitoramento e Resposta Rápida

As autoridades brasileiras enfrentam um grande desafio. A fiscalização ambiental monitora grandes regiões de floresta e cerrado, onde práticas ilegais são frequentes. Além disso, em algumas regiões, o uso do fogo como prática agrícola é culturalmente enraizado, dificultando ainda mais os esforços de prevenção e combate. Apesar dos esforços do governo e de ONGs para aumentar a conscientização e implementar políticas de controle mais rígidas, a impunidade ainda prevalece em muitos casos. A falta de recursos e a dificuldade em encontrar as redes envolvidas impedem uma resposta eficaz.

Conclusão

As queimadas representam uma ameaça crescente aos setores de mineração e construção no Brasil, trazendo grandes consequências tanto do ponto de vista operacional quanto ambiental. Os dados dos últimos 10 anos mostram um aumento preocupante na frequência e intensidade dos incêndios, exigindo ações preventivas urgentes. A implementação de práticas rigorosas de gestão ambiental, combinada com o uso de tecnologias de monitoramento, como as oferecidas pela Geoinova, e programas de conscientização, é essencial para mitigar os impactos das queimadas e garantir a sustentabilidade desses setores cruciais para a economia brasileira. Com uma abordagem coordenada e proativa, é possível reduzir os riscos e garantir a continuidade das operações de forma segura e sustentável.

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